terça-feira, 16 de janeiro de 2018

Phubbing

Phubbing
Minha vó dizia com um olhar cheio de paz
Se, por acaso, num encontro algum rapaz
Olhar para o relógio no lugar da sua pessoa
Este é um sinal pior de uma gelada garoa
Pois, o moço não está interessado, por isto o tempo nem voa

Aprendi isto e ainda bem que não sou carente
O problema desta realidade nada inocente
É que hoje, em dia, se seu pretendente
Olhar para o celular a todo o segundo
Significa que a paixão está decadente
Então, é melhor abandonar este cara no mundo

Quem esnoba alguém para ficar ao telefone
É mais metido que bombom em papel celofane
Phubbing é o nome desta atitude cruel
Que aproxima o inferno e afasta o céu

No jantar a criança não comenta como foi o colégio
Pois se alimenta com o celular na mão, que sacrilégio!
Numa reunião com os amigos em restaurantes
Só surgem selfies ousadas e deselegantes!

O celular é a vara mágica que tira tudo do lugar
Afasta quem está perto e aproxima quem está longe
Só para tirar fotos é que o povo se lembra das flores e do luar
Deste jeito, penso em me transformar num ermitão monge

Por culpa do phubbing ninguém paquera mais nas festas
Porque os jovens preferem os aplicativos de encontros
Ninguém mais declama poemas em bares e serestas
Estes smartphones são verdadeiros monstros.
Luciana do Rocio Mallon


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